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O título dado a esta peça «Morro bem, salvem a Pátria» foram as últimas palavras proferidas por Sidónio Pais antes de morrer no atentado, segundo o jornalista Reinaldo Ferreira, também conhe-
cido por Repórter X.
Acontece que nada disto foi autêntico, posto que o jornalista primava e abusava da imaginação p/ "decorar" os seus artigos fantasiando!
O título dado a esta peça «Morro bem, salvem a Pátria» foram as últimas palavras proferidas por Sidónio Pais antes de morrer no atentado, segundo o jornalista Reinaldo Ferreira, também conhe-
cido por Repórter X.
Acontece que nada disto foi autêntico, posto que o jornalista primava e abusava da imaginação p/ "decorar" os seus artigos fantasiando!
14 de Dezembro de 1918: Sidónio Pais, presidente da República, é assassinado, em Lisboa, junto à estação do Rossio.
Sidónio Bernardino Cardoso da Silva Pais, foi assassinado no dia 14 de Dezembro de 1918, quando exercia a Presidência de Portugal, por José Júlio da Costa, activista da esquerda republicana.
Na
política, Sidónio Pais, exerceu as funções de deputado, ministro do
Fomento, ministro das Finanças, embaixador de Portugal em Berlim,
ministro da Guerra, ministro dos Negócios Estrangeiros, presidente da
Junta Revolucionária de 1917, presidente do Ministério e presidente da
República Portuguesa.
Exerceu
a Presidência de forma ditatorial, suspendendo e alterando por decreto
normas essenciais da Constituição Portuguesa de 1911. Foi cognominado
o presidente-rei.
Quando
em 1918 ocorreu uma greve dos trabalhadores rurais no Vale de Santiago,
José Júlio da Costa assumiu a posição de negociador entre as
autoridades e os grevistas, alcançando um acordo. A actuação daqueles
trabalhadores, liderados pela ala anarquista da Comuna da Luz de António
Correa, foi considerada perigosa para a ordem pública. O governo não
aceitou os termos do acordo, sendo os grevistas severamente punidos e
alguns deportados para África.
Sentindo-se
traído pela falta de palavra das autoridades, Costa jurou vingar os
seus conterrâneos do Vale de Santiago, decidindo assassinar Sidónio
Pais, visto então pela esquerda radical como o ditador cuja acção era a
fonte da opressão das classes trabalhadoras e como o traidor que
abandonara à sua sorte o Corpo Expedicionário que combatera em França.
Costa
deslocou-se de Garvão, no Baixo-Alentejo, até Lisboa, com o objectivo
de acabar com o regime sidonista, ou seja pôr termo à República Nova,
assassinando o seu líder. A acção foi cuidadosamente preparada, como
indica uma carta escrita por ele mesmo em 12 de Dezembro.
No
dia 14 de Dezembro, após jantar no restaurante Silva, localizado no
Chiado, dirigiu-se à Estação do Rossio, onde aguardou a chegada do chefe
de Estado que deveria partir rumo à cidade do Porto. Quando Sidónio
Pais se preparava para o embarque, no primeiro andar da estação, Costa
furou o duplo e compacto cordão policial ao mesmo tempo em que disparava
uma pistola, escondida pelo seu capote alentejano. O primeiro projéctil
alojou-se junto do braço direito do presidente, e o segundo,
fatalmente, no ventre, fazendo com que a vítima caísse de imediato por
terra.
Apesar
da enorme confusão que se instalou, e de que resultaram quatro mortos,
José Júlio Costa, não tentou fugir, deixando-se capturar.
Embora
não existam provas convincentes, sempre circularam teses que apontavam
para o envolvimento da maçonaria na preparação do assassinato de
Sidónio, alegando-se que Costa estaria ligado àquela sociedade secreta.
Apesar dos rumores, próprios de uma época em que a maçonaria estava sob
forte ataque por parte dos círculos mais conservadores, sabia-se que
Costa nutria grande simpatia pelo grão-mestre Sebastião de Magalhães
Lima. O grão-mestre em carta enviada a um correligionário, afirmou ter
mantido contacto com Costa, mas “ achou-o muito doente, receando mesmo
pela sua vida que tão preciosa é a esta nossa tão amada terra”. Carecem
de prova os rumores de que teria escrito uma carta a Magalhães Lima,
que, sem mencionar o pretendido assassinato, teria sido encontrada nos
bolsos do grão-mestre quando foi preso e conduzido ao calabouço na noite
do assassinato.
Um
dos motivos apontados pelos defensores desta tese é o facto de Sidónio
ter sido maçom, alegando-se que a maçonaria não perdoaria que os seus
antigos membros abandonassem a organização, criando desse modo o mito
que Sidónio teria sido morto por outro maçom.
Outro
motivo que apontava a cumplicidade da maçonaria na morte do presidente
era o conhecido apoio dado pela maçonaria à República e aos republicanos
que Sidónio vinha traindo e perseguindo.
Tal sentimento tinha levado a
uma radicalização de posições, com os defensores do sidonismo a acusar a
maçonaria de estar por detrás do atentado fracassado que sofrera em 5
de Dezembro. A reacção antimaçónica levara a que no dia imediato, a 6 de
Dezembro, a loja do Grande Oriente Lusitano Unido fosse invadida e
saqueada.
A
tese de que José Júlio da Costa pertencia à maçonaria jamais foi
confirmada, apresentando-se como pouco provável pois aquela era uma
organização elitista e urbana, onde um militar de baixa patente
dificilmente entraria.
No caso de Costa fazer parte de alguma associação
secreta, o que não seria de estranhar devido ao seu empenho político,
provavelmente pertencesse à Carbonária, um movimento bem mais radical e
com forte implantação nas áreas rurais e entre praças e sargentos das forças armadas. Contudo, desconhecem-se provas da ligação de José Júlio com qualquer associação secreta.
José
Júlio da Costa faleceu em 1946, aos 52 anos, internado no Hospital
Miguel Bombarda, depois de 28 anos preso, sem direito a julgamento.
Fontes: Opera Mundi
wikipedia (imagens)
Obrigado eu, por me teres lido!
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