Tema da sondagem: como passa o seu serão?
Numa época em que apenas tinham telefone em casa pessoas com
elevados rendimentos ou trabalhadores por conta própria cuja profissão
exigia a posse daquele
aparelho para um contacto rápido com os clientes, o Diário de
Lisboa do dia 7 de Dezembro de 1951 publica o resultado de um inquérito
telefónico efectuado
junto de 900 habitantes de Lisboa a quem era perguntado como
passavam o seu serão.
Destes 700, 40% eram engenheiros, advogados, médicos e
arquitectos ou pertenciam a outras profissões liberais mais modestas,
como modistas e estofadores;
35% eram industriais e enfermeiros; 20% eram oficiais do
Exército e da Marinha; funcionários de repartições e outros dependentes
da máquina do estado,
incluindo grémios e Juntas; e, por fim, 5% pertenciam a
actividades diversas.
Normalmente, as senhoras passavam o serão em casa a costurar e
a tricotar e muitos homens prolongavam até à meia-noite o seu trabalho
de sete ou oito horas, principalmente os médicos, os
engenheiros e os professores que pertenciam à classe dos chamados de posição social.
Fonte: Diário de Lisboa n.º10423, de 7 de Dezembro de 1951, p. 1 e 7
Saliente-se que, de acordo com este inquérito, costurar e fazer tricot não era considerado um trabalho, surgindo estas tarefas
num plano idêntico ao da leitura de livros.
Teria sido interessante que os jornalistas da época nos informassem como passavam os serões as pessoas com menos
recursos, aquelas para quem o telefone era considerado, ainda, um artigo de luxo.
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